Marcelino Escreveu:Amém, estudo comprar um bocal JK. E qual sua opinião: a) em relação a à sua interpretação na CCB;
b) estudos e emissão de graves e agudos;
Abç
A Paz de Deus, Marcelino.
Perdoe-me não respondê-lo antes.
Quanto à primeira questão, não entendi bem a pergunta, talvez eu responda e não seja o que deseja saber. Poderia repeti-la com mais informações?
Quanto à questão b, inicialmente, posso dizer que os bocais JK, ao lado do Stork, Paxman e Marcinkiewicz, são os mais completos do mercado atualmente para trompa. O JK tem provavelmente a maior gama de opções de tamanhos e especificações. Eu recomendo fortemente bocais JK porque são bastante versáteis e suas opções nos dão muitas alternativas. É bom lembrar que eles têm a linha europeia (shank europeu, mais comprido) e a linha americana (shank americano, mais curto), entre outras.
Primeira coisa a considerar na escolha de um bocal: volume dos lábios. Se tens lábios volumosos, precisará de diâmetro interno maior: recomendo no mínimo 17,5mm, o ideal seria 18mm; se são médios ou finos, pode diminuir o diâmetro: recomendo no mínimo 16,8mm. O diâmetro interno necessita dar espaço para que os lábios, língua, dentes e boca, no conjunto e nas particularidades de cada, possam ter flexibilidade, mobilidade e conforto.
O anel externo deve ser médio a médio-grosso. Anéis finos tendem a reduzir drasticamente a resistência, em muitos casos, chegam a inchar muito. No caso dos bocais JK, isso não será problema, pois são excelentes neste quesito.
Considerando a linha Exclusive, que parece ser a mais popular da JK.
Muito bem, quanto ao som que pretende: som escuro ou som brilhante.
Se escuro e mais para graves, escolha a linha K; se brilhante e específico para agudos, linha M.
Um trompista me disse que experimentou as duas linhas, com a mesma especificação, e achou que a linha M ganha por diferença mínima sobre o K na questão dos agudos.
E mais: som escuro necessita copos mais fundos e furos mais largos. Som brilhante, ao contrário, copos mais rasos e furos mais estreitos.
Agora que vem o melhor dos bocais JK: a extensa gama de diâmetro interno (16,5 mm a 18,5 mm), junto a outras especificações, permite ao trompista tocar praticamente toda a gama de notas, desde as graves pedais até super agudas.
Explico: para tocar grave, necessita descer o maxilar e abrir mais a embocadura, e para tocar agudos, o contrário. Se o diâmetro é grande isso é perfeitamente possível num bocal de 18,5mm, ou mesmo de 18mm (dependendo do formato e volume dos lábios).
Porém, nem tudo é perfeito num só bocal: quanto ao copo, quanto mais raso, melhor para agudos, mas perde-se em sonoridade e projeção; quanto mais fundo, o contrário.
E agora vem a principal decisão: o furo.
Furo mais largo ajuda projeção e som escuro, porém prejudica radicalmente as agudas.
Furo mais estreito impede maior projeção, flexibilização do timbre, a sonoridade poderá empobrecer muito e prejudica as graves, mas é ideal para quem quer somente as agudas, as quais sairão bem mais brilhantes e metalizadas.
Por isso, recomendo furo intermediário, pra ser mais exato, 4,2mm (todas as letras "D" da JK). O furo de 4,4 mm já não facilita tanto as agudas, e o 4,0mm dificulta a projeção e as notas graves.
Resumo: se pretende tocar graves e agudas satisfatoriamente (não com excelência), recomendo diâmetro interno maior, copo médio, furo intermediário.
Ou seja, mesmo que o bocal tenha furo intermediário (não indicado para graves), é possível tocá-las bem, pois o diâmetro interno mais largo e o copo médio do bocal permitem isso. E essas opções me parece que somente a JK tem.
Deus te abençoe meu caro.